APRESENTAÇÃO
Fachada Escola da Boa Vista
Fachada Casa PIPA
Fundada no dia 22 de Dezembro de 2011, a Casa PIPA – Plataforma Internacional de Produção Artística – é um espaço de formação, criação, pensamento e troca artística, situada na Estrada da Fazenda, no bairro Boa Vista, do município de Matão – ocupa o casarão na área rural construído em 1925 pelos ingleses, onde foi um dos primeiros grupos escolares da cidade conhecido como ‘Antiga Escola da Boa Vista’. Quase cem anos após sua construção, o casarão, depois de doze anos desativado, voltou a existir como ponto de resistência artística, sendo também sede da Cia. Labirinto de Teatro.
Foi através do Fronteiras Brasil – Festival Internacional de Arte-Educação – que a ideia surgiu: de criar um lugar no mundo onde o pensamento horizontal pudesse se abastecer pela práxis de artistas nômades que comungam dessa perspectiva criativa em arte. Através da concessão do espaço para a Ong Ocara – associação existente na cidade desde 2001, que tem um trabalho de referência no âmbito da cultura, meio ambiente e cidadania –, as movimentações iniciaram com mutirões de recuperação do espaço físico e constantemente recebe adequações.
Desde 2011, a Casa trabalhou com mais de 200 alunos que fizeram parte dos mais de 20 cursos oferecidos, de longa e curta duração. Também, mais de 50 apresentações artísticas de todas as linguangens já estiveram na Casa – nacionais e internacionais –, que em 2012 e 2018 foi contemplada pelo PROAC sendo Ponto de Cultura.
A Casa é coordenada coletivamente pela Ong Ocara e Cia. Labirinto, com parceria da associação Coro e Osso, consolidada sobre três pilares de pensamento-prático: arte, educação e sociedade, que fundamentam uma ideologia de experiências horizontais, com o intuito de formar artistas locais através da troca e do conhecimento de si em expressões artísticas, recebendo toda e qualquer pessoa para residência, produção, pensamento e vivência em arte.
Mantê-la viva é um ato de resistência! Vale informar que todo trabalho de gestão da Casa é voluntário e que desde fevereiro de 2015 a via de acesso principal à Casa se rompeu não sendo arrumada até hoje por nenhum dos dois governos municipais regentes por não haver verba destinada de nenhum órgão municipal para sua manutenção. Mesmo assim, continua-se ininterruptamente o trabalho na esperança e luta de que a arte do interior seja reconhecida por suas raízes culturais.
IDEALIZADORES
LYGIA NICOLUCCI
Foi professora dos anos iniciais do Ensino Fundamental e, de 1998 a 2016, foi diretora do Departamento de Cultura de Matão. É responsável por iniciar a criação de uma rede de artistas de diferentes linguagens no município, trazendo espetáculos, cursos de formação e expandindo a arte como verdadeira forma de expressão. Lygia sempre teve um trabalho diferenciado na cidade desde os tempos em que lecionava, sendo a pioneira de montagens teatrais, ainda com seus alunos nas salas de aula, até ser umas das fundadoras de um importante grupo de teatro da cidade: grupo Pegando N ́arte, em 1989. Em 2009, durante sua gestão, trouxe o Festival Fronteiras para Matão junto com seu idealizador Khosro Adibi... Desse encontro, que predurá até hoje, surgiu o sonho da Casa PIPA.
KHOSRO ADIBI
Tem um percurso de vida construído pelo autodidatismo. É um artista multidisciplinar nascido no Irã e erradicado na Holanda, após exílio. Seus pensamentos são fundamentais para refletir a perspectiva de uma educação horizontal. Ao pensar em reforçar a cultura por suas raízes sociais, idealizou o Festival Fronteiras entrelaçando culturas latino-americanas, a fim de envolver artistas à suas comunidades, fortalecendo a troca de conhecimento sem hierarquia de saberes. Sua vinda com o festival para a cidade de Matão, é responsável por um amadurecimento do olhar para o Outro no fazer artístico, reconhendo todos como produtores de cultura. Daí, a Casa PIPA se instaura como o lugar de trânsito de diferenças... de multiplicidades expressivas.
MANTENEDORES
A Cia. Labirinto de Teatro foi fundada em 2009, em Matão. É composta por artistas híbridos com formações plurais, tendo no percurso de seus experimentos criativos três frentes de interesse de pesquisa: o corpo, o animado e a dramaturgia, desdobrando práticas via abordagem horizontal, entretecendo linguagens para pesquisa de dança-teatro, fisicalidade teatral, teatro com bonecos, performance e dramaturgia coletiva. Participa de festivais e eventos artísticos e políticos do âmbito cultural, a fim de expandir e criar redes de práticas e pensamentos construídos junto às manifestações do interior paulista.
A Cia. Labirinto é um Ponto de Cultura com sede na Casa PIPA, coordenando e participando do Fronteiras Brasil desde 2010, e partilhando a coordenação da Casa junto à Ong Ocara.
A Associação Cultural e Ambiental para Cidadania - Ong Ocara, é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, fundada em 13 de fevereiro de 2001 em Matão, por pessoas de vários segmentos da sociedade, a fim de apoiar e desenvolver ações e projetos voltados à cultura, meio ambiente e cidadania.
Em sua história coleciona projetos de relevância: Projeto Manifesto à Natureza, Feira da Barganha; Projeto Rádio Ambiental; Formação Ambiental em Escolas e Empresas; Projeto Água; Projeto Fazendo Arte Através do Lixo; Projeto Coleta Seletiva e Cidadania; além de várias parcerias para o Desenvolvimento Sustentável.
Atualmente, as ações da Ong Ocara se concentram exclusivamente na Casa PIPA, sendo sua responsável legal desde à concessão do espaço (em 2010). Seus membros atuais distribuem funções entre si para coordenarem a Casa coletivamente.
Em 1990, iniciou-se o movimento que deu origem à Associação Cultural Coro e Osso: uma associação civil sem fins lucrativos que desenvolve ações para a promoção da cultura musical, especialmente da música vocal, por meio de atividades artístico-culturais e de educação.
O Grupo Vocal Coro e Osso tem sua história permeada pela pesquisa e divulgação da música vocal, pelo intercâmbio com coros e regentes de muitos lugares, pela produção própria de espetáculos, pela apresentação de seus trabalhos em palcos do Brasil e do exterior, pela parceria com outros grupos e artistas e, principalmente, pela partilha, com o público, da vivência que constrói a harmonia através de suas vozes.
Desde 2016 a Associação tornou-se parceira de relevância nas ações e projetos da Casa PIPA.